A marca supera a seca mais extrema já registrada do Rio Negro em Manaus, em 2010, em quatro centímetros
O Rio Negro atingiu a cota de 13,59cm em Manaus, a maior vazante de toda a história da capital amazonense.
A marca supera a seca mais extrema já registrada do Rio Negro em Manaus em quatro centímetros até aqui. Em 2010, o rio marcou 13,63m. Este ano, atingiu nesta segunda-feira 13,59, dez centímetros a menos do que o registrado neste domingo.
O recorde atingido nesta segunda-feira acontece 8 dias antes da data registrada em 2010, quando o recorde foi atingido no dia 24, o que confirma o vazamento maior não só em volume mas também em velocidade.
A marca histórica foi detectada as 5h40, pelo funcionário do Porto de Manaus responsável pelas medições, Francisco Edno, que esteve no local acompanhado pela equipe da TV A Crítica formada pela repórter Roberta Bindá, o cinegrafista Pedro Bala e a produtora Rayane Garcia. O registro deve ser publicado no site do Porto de Manaus por volta de 8h.
A previsão de Francisco Edno é que o Rio Negro ainda desça por pelo menos 10 dias, o que pode fazer o nível do Rio Negro em Manaus ficar abaixo dos 13 metros até o final deste mês.
A vazante histórica deste ano acontece dois anos após o Rio Negro ter também a sua maior cheia, ocorrida em 2021, quando a marca de 30,02 metros foi atingida na capital.
Situação de emergência
Quatro municípios localizados na calha do rio Negro ainda estão em situação de emergência. São eles: São Gabriel da Cachoeira, Barcelos, Santa Isabel do Rio Negro e a capital do Amazonas, Manaus. Em Novo Airão, onde a seca já é a maior da história, o status é de ‘alerta’.
Segundo o governo do Amazonas, mais de 112 mil famílias estão sendo diretamente afetadas pela estiagem severa que atinge o estado. O número de pessoas afetadas ultrapassa 450 mil.
No caso de Manaus, onde vivem mais de dois milhões de pessoas, os cenários mais preocupantes são na zona rural. Há comunidades parcialmente isoladas com a seca do rio Negro, dificultando o transporte de pessoas e de cargas, desde água potável até alimentos.
Reflexos
Outros rios de água preta na região metropolitana de Manaus também estão em situação crítica. No município de Rio Preto da Eva, cortado por um afluente de mesmo nome, a prefeitura anunciou um racionamento de água que começou ainda na semana passada. As bombas que levam o líquido às casas estão sendo desligadas durante a noite para que os reservatórios consigam se recuperar.
Em padrões normais, a seca no rio Negro costuma ir até o fim de outubro, com a chegada do inverno amazônico em novembro. A previsão é de chuvas durante toda a semana para São Gabriel da Cachoeira, o primeiro município do Amazonas banhado pelo rio Negro, na fronteira com a Colômbia.
Apesar disso, especialistas dizem não ser possível definir com certeza que isso já é um indicativo do fim do período de seca, afetado neste ano pelo fenômeno El Niño, que reduz o volume de chuvas e causa estiagens prolongadas no Norte e Nordeste do Brasil.
fonte: a critica