Até ontem, haviam sido contabilizados 37.835 incêndios, o que representa 111% a mais do que no mesmo período de 2023 (17.912), segundo dados de satélite disponíveis nesta quarta-feira (14)
Os incêndios na Amazônia Legal dobraram neste ano, estabelecendo um recorde em quase duas décadas, enquanto a fumaça levou à recomendação do uso de máscara em Manaus.
Até ontem, haviam sido contabilizados 37.835 incêndios, o que representa 111% a mais do que no mesmo período de 2023 (17.912), segundo dados de satélite disponíveis nesta quarta-feira (14).
Desde que os dados começaram a ser compilados pelo Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais (Inpe), em 1998, a maior floresta tropical do mundo registrou mais incêndios no mesmo período apenas em 2005 (58.475), 2004 (54.589) e 2003 (42.003).
A fumaça atinge Manaus, que ficou imersa por vários dias em uma nuvem tóxica no ano passado. Por esse motivo, a Fiocruz Amazônia alertou para a necessidade do uso de máscara com filtro especial, principalmente por pessoas com comorbidades ou problemas respiratórios.
“O que mais preocupa este ano em relação aos anos anteriores é que não se sabe ao certo se o que acontece é simplesmente uma antecipação do período crítico ou se neste ano teremos um período mais longo de exposição à fumaça tóxica, já que o pico da poluição em 2023 foi em outubro”, disse o epidemiologista da Fiocruz Amazônia Jesem Orellana, citado em comunicado.”Seria algo inusitado e extremamente preocupante, pois estenderia o sofrimento da população e traria consequências muito piores.”
A Amazônia sofreu entre junho e novembro passados uma seca histórica, que tende a ser mais severa em 2024, segundo especialistas. A temporada seca propicia o aumento dos incêndios florestais, uma tragédia ambiental que também atinge atualmente o Pantanal. Cientistas associam esses e outros fenômenos extremos ao aquecimento global.
A Amazônia e o Pantanal abrigam enormes reservas de biodiversidade e constituem ecossistemas cruciais para capturar emissões de carbono e regular as temperaturas do planeta.
O governo Lula instalou em meados de junho uma sala de crise para lidar com os incêndios.
Fonte: A Crítica