Condenação é por pagamento ilegal para comprar silêncio de atriz pornô
Donald Trump foi sentenciado à “dispensa incondicional”, ou seja, foi condenado criminalmente, mas não enfrentará pena de prisão, liberdade condicional ou outras penalidades, como multa. O republicano se declarou inocente e afirmou que recorrerá da decisão. Durante a audiência, ele participou de forma virtual, acompanhado de seu advogado, com duas bandeiras dos Estados Unidos ao fundo, e não reagiu após o juiz Juan Merchan concluir a sessão.
A sentença foi proferida dez dias antes da posse de Trump para o segundo mandato, tornando-o o primeiro presidente dos EUA a ser condenado criminalmente. Após a decisão, Trump publicou em suas redes sociais que o caso representava uma “caça às bruxas” de “democratas radicais”, e reafirmou que as acusações eram infundadas, ilegais e falsas. Ele também criticou o juiz Juan Merchan, chamando-o de “juiz altamente conflituoso” e reiterando que recorrerá da sentença.
A Suprema Corte dos EUA permitiu que a sentença fosse divulgada no tribunal estadual de Nova York, rejeitando um pedido de última hora de Trump para interrompê-la. O juiz Merchan, que supervisionou o julgamento de seis semanas no ano anterior, já havia indicado que não planejava impor prisão ou multa ao presidente eleito.
Essa sentença marca o desfecho do primeiro caso criminal movido contra um presidente americano.
Em março de 2023, o promotor público de Manhattan, Alvin Bragg, acusou Trump de 34 crimes de falsificação de registros comerciais para encobrir um pagamento de 130 mil dólares feito por seu ex-advogado Michael Cohen à atriz Stormy Daniels. O pagamento visava garantir o silêncio de Daniels antes da eleição de 2016, sobre um encontro sexual que ela afirmou ter tido com Trump, o que ele nega.
Em 30 de maio de 2024, o júri de Manhattan declarou Trump culpado de todas as 34 acusações. Os promotores alegaram que, apesar da natureza das alegações, o caso visava corromper a eleição de 2016.