Marielle foi assassinada a tiros no bairro Estácio, no centro do Rio, na noite de 14 de março de 2018.
Os ex-policiais militares Ronnie Lessa e Élcio Queiroz, que confessaram o assassinato de Marielle Franco e Anderson Gomes, seu motorista, foram condenados nesta quinta (31). O veredito foi proferido após seis anos de investigação e o julgamento do 4º Tribunal do Júri do Rio de Janeiro, que começou nesta quarta (30).
Lessa terá que cumprir pena de 78 anos e 9 meses de prisão, além de 30 dias-multa, enquanto Élcio foi sentenciado em 59 anos e 8 meses e 10 dias-multa. Eles ainda terão que pagar R$ 706 mil para cada um dos parentes das vítimas e uma pensão ao filho de Anderson, que tem oito anos e receberá o valor até completar 24.
A sentença foi lida pela juíza Lúcia Glioche, que presidiu o julgamento e fez um duro discurso contra os ex-PMs. A magistrada afirmou que a Justiça “por vezes é lenta, é cega, é burra é injusta, é errada, é torta, mas ela chega” e que a condenação serve de aviso a “vários Ronnies e Élcios que existem por aí soltos”.
“A Justiça chega mesmo para aqueles, como os acusados, acham que jamais vão ser atingidos pela Justiça. Com toda dificuldade de ser interpretada e vivida pelas vítimas, a Justiça chega aos culpados e tira deles o bem mais importante depois da vida, que é a liberdade. A Justiça chegou para os senhores, Ronnie Lessa e Élcio Queiroz”, afirmou a juíza.
Apesar da pena, o acordo de delação premiada de Lessa prevê apenas 30 anos de prisão. Serão 18 anos na cadeia, contados a partir da data da prisão, em 2019, e depois dois anos em regime semiaberto. Os outros dez anos serão cumpridos em liberdade condicional.
Os detalhes do acordo de Élcio não foram divulgados. Caso haja descumprimento das medidas negociadas com a Justiça, ambos terão que cumprir as penas integralmente. A rescisão da delação ocorre em casos de mentira, omissão ou cometimento de um novo crime.
Os dois confessaram o crime nos acordos de delação premiada. Queiroz relatou ter dirigido o carro usado no atentado contra a a vereadora e seu motorista, enquanto Lessa afirmou que efetuou os disparos e apontou Chiquinho e Domingos Brazão como mandantes do crime (ambos estão presos).
Marielle foi assassinada a tiros no bairro Estácio, no centro do Rio, na noite de 14 de março de 2018. Na ocasião, seu veículo foi atacado quando voltava de um encontro com mulheres na Lapa, a cerca de 4km onde ocorreu o atentado.
Fonte: portal matraqueiro