Enquanto ainda colhe prejuízos do escândalo envolvendo descontos indevidos no Instituto Nacional do Seguro Social (INSS), o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) já se vê envolto em mais uma crise: mudanças no Imposto sobre Operações Financeiras (IOF), que geraram ruídos e obrigaram o governo a recuar.
As medidas anunciadas pelo Ministério da Fazenda na última quinta-feira (22/5) visavam o aumento da arrecadação. No entanto, a reação negativa do mercado financeiro fez com que a pasta voltasse atrás em alguns pontos, horas depois. O desgaste nas redes, porém, prossegue.
Para especialistas ouvidos pelo Metrópoles, a gestão petista ainda patina em se comunicar de forma clara, sobretudo nas redes sociais, o que abre margem para distorções.

“Hoje, com o advento da internet, o governo precisa primeiro desenvolver bem a ideia e considerar todas as variáveis envolvidas e possíveis retornos de opinião para só depois lançar [ações] na mídia, porém de forma detalhada. Infelizmente, como o atual governo não domina a linguagem das redes, o resultado acaba sem uma enxurrada de ruídos”, diz o especialista Daniel Dubosselard Zimmermann, professor do MBA Marketing Político e Campanhas Eleitorais da Escola de Comunicações e Artes (ECA) da Universidade de São Paulo (USP).
“Qualquer erro de comunicação em uma sociedade polarizada como a nossa afeta a imagem do governo. E mais esse problema apenas se soma aos erros anteriores”, avalia Zimmermann.
Para Paulo Ramirez, professor de ciências políticas da Escola Superior de Propaganda e Marketing (ESPM), os impactos dessa alteração na imagem do presidente Lula são pontuais, uma vez que a medida não afeta grande parte da população brasileira, que não realiza compras no exterior. No entanto, ele afirma que o governo precisa mudar de postura em relação à divulgação das ações.
Via metropoles