Policiais militares prenderam no centro de São Paulo, na madrugada desta terça-feira (11/4), Mohamad Hassan Atris (foto em destaque), apontado como gerente do tráfico do Primeiro Comando da Capital (PCC). Ele seria responsável pela venda de drogas da facção na zona leste da capital paulista.
Conhecido como “Hezbollah”, o libanês de 53 anos é acusado de ser o mandante dos assassinatos de quatro jovens no “tribunal do crime”, processo interno de julgamento de integrantes da facção que cometeram infrações. As execuções ocorreram em maio do ano passado. Ele estava foragido da Justiça.
Uma denúncia anônima indicou à polícia a localização do criminoso, na região do Brás, centro de São Paulo.
Hezbollah foi abordado quando estava em um carro juntamente com a companheira, de 32 anos. Ele apresentou aos policiais um documento falso, com o nome de Américo Jorge Belo. O casal foi encaminhado para o 8º DP (Brás).
Na casa do chefe do PCC, também na região central, policiais encontraram cinco tijolos de maconha, dois de cocaína, seis porções de haxixe, além de R$ 5 mil em espécie.
Mandante de quatro mortes
Investigações da polícia mostram que o criminoso teria autorizado, após um tribunal do crime, a execução de quatro jovens, com idades entre 18 e 19 anos, em maio do ano passado.
Os rapazes foram apontados por uma garota como suspeitos de estupro, supostamente ocorrido depois de um baile funk, no bairro Cidade Tiradentes, extremo da zona leste.
Eles desapareceram no dia 18. Seus corpos foram encontrados dois dias depois, em uma região de mata no município de Ferraz de Vasconcelos, na Grande São Paulo.
No dia seguinte ao desaparecimento dos quatro rapazes, Hezbollah foi preso em flagrante por porte ilegal de arma, dentro de um Ford Ka preto, com outros dois suspeitos.
Dentro do veículo, policiais militares localizaram e apreenderam uma espingarda calibre 12 e uma pistola calibre 765. Depois, o criminoso foi posto em liberdade.
Conhecido da polícia
Hezbollah já havia sido preso em maio de 2017 durante a operação “Inconfidência Mineira”, da Polícia Civil. Na ocasião, ele já era apontado como “gerente do progresso” do PCC, responsável pela venda de drogas no atacado. Hezbollah também atuava junto ao tráfico internacional, crime pelo qual já havia sido preso.
A sua identificação como gerente do tráfico foi possível porque o 4º DP de Guarulhos apreendeu anotações de um tesoureiro do PCC, nas quais havia o cadastro de membros da facção criminosa.