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Centenas de indígenas do Amazonas participam do Acampamento Terra Livre, em Brasília

Cerca de 200 indígenas de variados povos do Amazonas participam da edição de 2023 do Acampamento Terra Livre (ATL), que neste ano tem como tema “O futuro indígena é hoje. Sem demarcação, não há democracia!”.

Entre as principais demandas da delegação indígena do Amazonas está a nomeação imediata de um indígena para superintendência da Fundação Nacional dos Povos Indígenas (Funai) no Estado.

Segundo Ludimar, do povo Kokama, do município de Santo Antônio do Içá, que participa dos quatro dias do acampamento em Brasília, as nomeações para os Distritos Sanitário Especiais Indígenas (Dsei) e Coordenação Regional da Funai estão demorando.

“A gente vê como ponto negativo a demora para a nomeação dos parentes para ocupar cargos de governança. Uma das pautas são essas nomeações que não foram realizadas ainda, tanto para Coordenação Regional quanto para os Dseis, que estão faltando muitas nomeações para o estado”, relatou.

As nomeações mais esperadas são para o comando da Funai no Amazonas. Ludimar disse que diversas comunidades apontaram a candidata a deputada federal pela Rede no ano passado, Wanda Witoto e Nilson Munduruku para a Funai. A expectativa é que as nomeações sejam feitas até o final deste mês.

Ela afirma que na semana passada André Mura foi escolhido pela presidência da República para comandar o Dsei em Manaus, mas que a indefinição na escolha da cúpula da Funai ainda causa incômodo.

“O instituto do acampamento também é que se faça uma cobrança direta para que essas nomeações possam ser realizadas o quanto antes. Se não há essas nomeações, muito trabalho que tem que ser feito está parado”, cobrou Kokama.
Apesar da queixa, Ludimar Kokama reconhece que os povos indígenas tiveram avanços nos primeiros cem dias do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Para ele, a assistência ao povo Yanomami e ao combate ao garimpo ilegal nas terras indígenas são pontos importantes retomados pela gestão de Lula.

Indígenas do Vale do Javari, Alto Rio Negro, Alto Solimões, Madeira e Purus estão representado no ATL de 2023. Mais ou menos entre 180 a 200 indígenas amazonenses estão em Brasília para o acampamento.

O primeiro ATL foi em 2004 e, em 2022, reuniu mais de 8 mil indígenas, provenientes de 100 povos e de todas as regiões do país. A edição de 2023 começou nesta segunda-feira (24) com previsão de atividades até a sexta-feira (28).

São esperados mais de 6 mil indígenas na capital federal para as atividades desta semana. Entre elas, plenárias e marchas pelas ruas de Brasília para protestar contra o projetos de lei considerados por eles como “anti-indígenas”. Um desses projetos, o Projeto de Lei 191/2020, permite a mineração em terras ancestrais dos povos indígenas. Além disso, durante toda semana estão previstas noites culturais.

Fonte: A Crítica

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