O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) quebrou o silêncio nesta quinta-feira (21) após ser indiciado pela Polícia Federal (PF) no inquérito que investiga um suposto planejamento de golpe de Estado após sua derrota nas eleições de 2022. Por meio das redes sociais e em entrevista ao colunista Paulo Cappelli, do Metrópoles, Bolsonaro direcionou críticas ao ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), e questionou a fundamentação das acusações. “O ministro Alexandre de Moraes conduz todo o inquérito, ajusta depoimentos, prende sem denúncia, faz pesca probatória e tem uma assessoria bastante criativa. Faz tudo o que não diz a lei”, disparou o ex-presidente. Bolsonaro destacou que aguarda detalhes do indiciamento e planeja articular sua defesa junto à Procuradoria-Geral da República (PGR). “Tem que ver o que tem nesse indiciamento da PF. Vou esperar o advogado. Isso, obviamente, vai para a PGR. É na PGR que começa a luta. Não posso esperar nada de uma equipe que usa a criatividade para me denunciar”,
Contexto do indiciamento
O relatório final da PF, com mais de 884 páginas, acusa Bolsonaro e outros 36 investigados de crimes como tentativa de abolição violenta do estado democrático de direito, golpe de estado e organização criminosa. Entre os indiciados estão ex-ministros, militares e aliados do ex-presidente. O documento também inclui a operação realizada na quarta-feira (20), que resultou na prisão de seis militares por suposto envolvimento em um plano para assassinar o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e o ministro Alexandre de Moraes.
Acusações polêmicas Uma das alegações mais graves detalhadas no relatório é que um dos militares indiciados teria chegado próximo à residência de Moraes com o intuito de prender o magistrado. Bolsonaro ainda ironizou mensagens trocadas por membros da equipe de Moraes, como a instrução de “usar criatividade” para formalizar denúncias. “Essa criatividade se tornou o alicerce das acusações contra mim e meus aliados”, comentou o ex-presidente.
Via CM7