O deputado federal Amom Mandel (Cidadania-AM) afirmou nesta terça-feira (22), que sua posição em relação à anistia de presos ligados aos atos de 8 de janeiro é técnica e desvinculada de alinhamentos políticos. Em declaração à Rede Onda Digital, o parlamentar reforçou que não se posiciona nem ao lado do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) nem do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), defendendo uma análise criteriosa e individualizada dos casos.

“Então não me alinho, seja com o Lula ou com o Bolsonaro. Em questões como a da anistia, minha posição é sempre técnica”, declarou. Mandel ressaltou que não considera justo que idosos com problemas de saúde permaneçam presos sem que suas condições clínicas sejam levadas em consideração, e citou casos específicos de presos que não teriam recebido atendimento médico adequado.
O deputado também mencionou a situação de um detento autista, cujo diagnóstico teria sido ignorado mesmo após a apresentação de documentação médica. “Não acho justo que um autista permaneça em cárcere privado quando há comprovação do diagnóstico”, afirmou.
Apesar das críticas ao que considera excessos ou omissões na condução dos processos, Mandel enfatizou que não defende impunidade. “Muito embora haja pessoas que estão sendo injustamente tratadas, também há aquelas que cometeram crimes e devem ser punidas. Não é justo que essas pessoas fiquem impunes, pois isso cria um cenário perigoso de permissividade.”
O parlamentar reiterou por diversas vezes que a Constituição garante a individualização da pena, e que o tratamento coletivo a todos os envolvidos no episódio de 8 de janeiro fere esse princípio. “Não acho justo que essas pessoas tenham uma pena coletiva e não individualizada como a Constituição prevê.”
A fala do deputado ocorre em meio ao debate acalorado sobre a possibilidade de concessão de anistia aos réus e condenados por participação nos atos antidemocráticos de 2023.
Fonte: Onda Digital