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Uso de maconha potente altera DNA e pode indicar risco de transtornos mentais

A maconha é uma das drogas mais utilizadas no mundo, mas seus efeitos no cérebro ainda são pouco compreendidos, especialmente no que diz respeito à psicose em alguns usuários. Um estudo recente publicado na revista Molecular Psychiatry revelou que a cannabis de alta potência deixa marcas específicas no DNA, diferentes em pessoas que tiveram psicose em relação a usuários sem histórico da condição.

Cannabis de alta potência e psicose

A pesquisa demonstrou que a maconha de alta concentração de THC (o principal composto psicoativo da planta) pode alterar a metilação do DNA, um processo químico que regula a atividade gênica. Essas mudanças foram identificadas principalmente em genes relacionados ao sistema imunológico e à produção de energia. Curiosamente, as alterações epigenéticas eram distintas entre usuários saudáveis e aqueles que passaram por episódios psicóticos.

Essa descoberta aponta para uma possível conexão biológica entre a cannabis de alta potência e o risco de psicose, ampliando o entendimento sobre como fatores externos, como o consumo de drogas, podem interferir no funcionamento dos genes.

O estudo

Os dados foram coletados de 239 pessoas enfrentando o primeiro episódio de psicose e 443 indivíduos saudáveis, participantes de dois grandes levantamentos: Genetic and Psychosis e EU-GEI. Os participantes tinham idades entre 16 e 72 anos, com 65% sendo homens. Amostras de DNA e informações sobre o uso de maconha foram analisadas, levando em conta fatores como tabagismo, idade, gênero e etnia.

Cerca de 38% dos voluntários relataram consumir cannabis mais de uma vez por semana, com a maioria utilizando versões de alta potência, iniciando o hábito ainda na adolescência.

Impactos na saúde pública

As descobertas ressaltam a ligação entre o uso de maconha de alta potência e o aumento do risco de transtornos psicóticos. A pesquisa indica que a metilação do DNA pode servir como um biomarcador para identificar usuários mais vulneráveis, possibilitando a criação de estratégias preventivas e o incentivo a práticas mais seguras no consumo de cannabis.

Além disso, os resultados reforçam a importância de entender os impactos biológicos da substância em um momento em que sua potência vem crescendo de forma significativa, especialmente em países onde o consumo foi legalizado.

A pesquisa oferece novas perspectivas sobre os mecanismos pelos quais a cannabis afeta a saúde mental, destacando a necessidade de mais estudos para avaliar os riscos e desenvolver ferramentas que promovam o uso consciente e seguro dessa substância amplamente consumida.

Fonte: Manauara News

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