O futuro vereador de Manaus, Sargento Salazar (PL), gerou polêmica ao anunciar, em um podcast, a contratação de policiais militares expulsos da corporação por envolvimento em um caso de violência, ocorrido em 2010. Segundo Salazar, os ex-policiais André Luiz Castilhos Campos e Rosivaldo de Souza Ferreira, que foram filmados torturando e atirando contra um adolescente de 14 anos, integrarão seu gabinete a partir de 2025.
O anúncio feito por Salazar levantou uma onda de críticas e repercussões negativas nas redes sociais. O futuro vereador justificou sua decisão ao afirmar que considera a expulsão dos policiais injusta e que, após a absolvição judicial, eles deveriam ter sido reintegrados à PM, e não punidos com a expulsão. “Uma situação muito triste o que aconteceu com esses policiais. Ninguém nunca procurou ajudá-los.
Eu vou colocar os cinco policiais no meu gabinete”, disse.
André Luiz foi acusado de tentativa de homicídio qualificado e coautoria de roubo qualificado, enquanto Rosivaldo foi acusado de falsa comunicação de crime, coautoria de tentativa de homicídio qualificado e coautoria de roubo qualificado. Em julgamento presidido pelo juiz Mauro Antony, da 3ª Vara do Tribunal do Júri Popular do Estado do Amazonas, eles responderam a três perguntas e foram absolvidos pelos jurados. Além da dupla, estavam envolvidos no caso e foram expulsos: Wesley Souza dos Santos, Marcos Teixeira de Lima e Alexandre de Souza.
Entenda o caso
O crime ocorreu em 17 de agosto de 2010.
Em um vídeo de uma câmera de segurança particular, sete policiais militares aparecem atirando em um adolescente de 14 anos no bairro Amazonino Mendes, Zona Leste de Manaus. Nas imagens, um dos PMs armado, mais tarde identificado como André Luiz Castilhos Campos, agride, ameaça e atira por cinco vezes no tórax do jovem.
A ação acontece na presença de outros policiais militares. De acordo com o Ministério Público do Estado do Amazonas (MPE/AM), o adolescente não possuía antecedentes criminais. Na noite do crime, ele teria ido a casa da namorada e a uma lan house, e foi abordado por oficiais quando voltava para casa.
Para o responsável pelo caso na época, promotor de justiça João Bosco Sá Valente, os policiais tinham a intenção de matar o jovem. “Se você atira no calcanhar, isso indica que você não queria matar. Você atira no peito, dá cinco tiros, e não quer matar? É indefensável a história deles. Eles queriam matar”, afirmou.
O então secretário de Segurança Pública do Estado na época, Zulmar Pimentel, anunciou o afastamento e a detenção administrativa de seis dos sete policiais envolvidos no batalhão da Polícia Militar, na Zona Centro-Sul da capital.
Fonte: cm7