A rede social X, anteriormente conhecida como Twitter, encerrará suas operações no Brasil, anunciou neste sábado (17) Elon Musk, proprietário da plataforma, embora o serviço continue disponível para os usuários brasileiros.
“Devido às exigências da ‘Justiça’ @Alexandre no Brasil, que nos exigiriam violar (em segredo) as leis brasileiras, argentinas, americanas e internacionais, o X não tem alternativa a não ser encerrar nossas operações locais no Brasil”, publicou Musk, referindo-se a Alexandre de Moraes, ministro do Supremo Tribunal Federal (STF).
O grupo declarou que foi forçado a tomar essa decisão para “proteger a segurança” de seu pessoal no Brasil e disse que Moraes havia “ameaçado” seu representante legal no país com “prisão” em caso de descumprimento das decisões de “censura” da rede social, as quais seriam destinadas a bloquear conteúdos.
“A decisão de fechar os escritórios do X no Brasil foi difícil”, disse Musk. “Se tivéssemos aceitado a censura secreta (ilegal) de Alexandre de Moraes e suas exigências de transferir informações privadas, não teríamos podido explicar nossas ações sem ficarmos envergonhados.”
Alexandre de Moraes “é uma vergonha para a justiça” e “deve ir embora”, acrescentou Musk, que já havia chamado o ministro do STF de “ditador” anteriormente.
Nos últimos anos, Moraes ordenou o bloqueio de contas de figuras influentes de movimentos ultraconservadores brasileiros, principalmente após as tentativas de apoiadores do ex-presidente Jair Bolsonaro, admirador de Musk, de desacreditarem o sistema de votação eletrônica durante as eleições presidenciais vencidas por Luiz Inácio Lula da Silva em outubro de 2022.
Em abril, o X admitiu que usuários de várias contas bloqueadas conseguiram contornar as restrições.
“Apesar das nossas inúmeras apelações não atendidas perante o Supremo Tribunal, um público brasileiro desinformado sobre essas decisões e o fato de que nosso pessoal brasileiro não tem responsabilidade nem controle sobre o conteúdo bloqueado em nossa plataforma”, o juiz Alexandre de Moraes “decidiu ameaçar nosso pessoal no Brasil em vez de respeitar a lei e seus procedimentos”, afirmou a rede social neste sábado.
Fonte: A Crítica