O pastor Davi Passamani foi preso preventivamente na noite de quinta-feira, 4, em Goiânia (GO), sob suspeita de cometer crimes sexuais. O religioso passou a ser investigado após duas denúncias de assédio. A defesa nega as acusações.
Davi Passamani é fundador da Igreja A Casa. A prisão foi realizada pelos agentes da Delegacia Estadual de Atendimento Especializado à Mulher. O caso veio à tona após uma mulher denunciar o pastor, em 2023. Antes disso, em 2020, uma estudante de medicina veterinária afirmou ter sofrido assédio sexual por parte do religioso.
De acordo com a Polícia Civil, houve a representação pela prisão preventiva do pastor, “considerando o grave risco à ordem pública, já que o autor praticou o delito sexual valendo-se do seu exercício religioso”.
Ainda de acordo com a corporação, essa é a terceira vez que Davi Passamani é investigado por crimes sexuais.
Por meio de nota enviada à ISTOÉ, o advogado Leandro Silva afirmou que foi informado verbalmente pela polícia que o motivo da prisão seria a presença de Passamani em louvores, pois isso representaria risco à sociedade e ocorrência de possíveis novas vítimas.
“Está prisão, segundo a delegada, está relacionada ao inquérito policial inaugurado no final do ano de 2023 por suspeita de assédio, porém, embora esgotado o prazo de 30 dias para a conclusão dele, a autoridade policial foi omissa e não o concluiu, provavelmente, aguardando o momento oportuno para o espetáculo público. A defesa qualifica as informações contidas nesse inquérito de vazias, lacunosas e genéricas”, completou.
O advogado ainda ressaltou que não existe denúncia, processo ou sentença criminal contra o pastor por ato de importunação sexual. “O que existe é um inquérito policial que apura o fato de uma conversa por aplicativo de mensagem entre a vítima e outra pessoa que afirma ser Davi”, disse.
Histórico de denúncias
Em março de 2020, uma estudante de veterinária divulgou nas redes sociais que teria sido vítima de importunação sexual por parte do pastor. A denúncia foi formalizada na Deam (Delegacia Especial de Atendimento à Mulher) de Goiânia, que investigou o relato e encaminhou o inquérito ao MPGO (Ministério Público de Goiás).
Segundo ela, o suposto crime ocorreu em 2019, mas ela afirmou que teve medo e insegurança em expor a situação. A jovem ressaltou que tinha provas como áudios, mensagens de texto e até vídeo de uma chamada que Davi teria feito com ela.
Em dezembro de 2023, uma outra vítima registrou o boletim de ocorrência no qual afirmou que o pastor enviou mensagens com teor sexual, descrevendo fantasias eróticas e ainda chamadas de vídeo em que mostrava o órgão sexual. Esse caso é investigado pela Polícia Civil.
Ela contou que teve o primeiro contato com o pastor quando foi procurar aconselhamento após passar por uma crise no namoro. Depois, ela agradeceu as orações feitas pelo religioso e contou que havia terminado o relacionamento. A partir desse momento, a conversa teria evoluído para investidas sexuais.
Fonte: IstoÉ